Sousândrade
Joaquim de Sousa Andrade nasceu no Maranhão aos 9 de julho de 1833. Apesar de ser filho de latifundiários, questionava a aristocracia rural e apoiava as idéias republicanas e abolicionistas.
Viajou por vários países, como: Inglaterra, América Latina, Estados Unidos e França, cidade na qual se formou em Letras pela Universidade de Sorbonne. Morou em Nova Iorque durante algum tempo, onde conheceu a sociedade capitalista, bastante diferente da realidade brasileira. Suas poesias refletem suas experiências vividas através das suas viagens: a cultura indígena, a frenética ascensão da industrialização européia e norte-americana e a visão capitalista.
Quando da proclamação da República volta ao Maranhão, ignorado por todos morre isolado e na miséria, em 21 de abril de 1902.
Para os parâmetros românticos, as poesias de Sousândrade são revolucionárias, pois demonstra preocupações com as questões sociais e, por esse motivo, aproxima-se da terceira geração romântica. Seus versos são repletos de um vocabulário diferenciado com termos indígenas, neologismos e palavras inglesas.
Seu longo poema narrativo “Guesa errante” é sua obra mais importante e compreende a lenda de um adolescente sacrificado para servir de oferenda a deuses, contudo, escapa e foge para Nova Iorque, onde começa a conviver com os capitalistas.
Vejamos um trecho deste poema:
Guesa errante
Eia, imaginação divina!
Os Andes
Vulcânicos elevam cumes calvos,
Circundados de gelos, mudos, alvos,
Nuvens flutuando – que espetác’los grandes!
Lá, onde o ponto do condor negreja,
Cintilando no espaço como brilhos
D’olhos, e cai a prumo sobre os filhos
Do lhama descuidado; onde lampeja
Da tempestade o raio; onde deserto,
O azul sertão, formoso e deslumbrante,
Arde do sol o incêndio, delirante
Coração vivo em céu profundo aberto!
Obras: Poesia: Harpas selvagens (1857); Guesa errante (1866); Novo Éden (1893).
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